sábado, junho 29, 2013

Ellie

E eis senão quando a total ou quase total arbitrariedade que manda em tudo me dá um presente preciosíssimo.
Estou no carro e ao telefone, a combinar petiscos e amigos e depois de ziguezaguear pelas ruas de Lx, tomo um atalho para ir buscar alguém à porta de casa. O atalho foi cortado, eu não sabia, tive que dar meia-volta. Quando paro para manobrar dou de caras com uma senhora na casa dos cinquenta, que ao fim de um segundo reconheci. Tinha sido, há muitos anos, por um breve período de tempo, minha supervisora, nos tempos em que ainda era mesmo bom trabalhar no 118 (Portugal Telecom). Nunca fomos sequer próximos, mas, de algumas pessoas, sabemos muito a partir de muito pouco. Ou que não seja muito, mas sabemos o fundamental. Só com muita dificuldade teria sido capaz de me lembrar do seu nome. Fiquei especado, olhares cruzados, disse-lhe Olá com um sorriso na voz, respondeu-me sem me ter reconhecido. Saí do carro, disse-lhe Trabalhei consigo. Reconheceu-me então. Trocámos umas quantas palavras, recordámos outros tantos nomes, ficou a promessa de um café para breve. Não sei que vai acontecer, nem isso me importa neste instante. Estou fora de mim de contente.